Com pouco mais de uma hora de escuna, ou menos de 40 minutos em lancha, a Ilha dos Frades é aquela espécie de paraíso próximo a um centro urbano, e que permite uma viagem segura sem perder o contato com a civilização e suas comodidades, conforto e segurança. E o melhor é que isso pode ser feito todos os dias, sem a necessidade de gastos extras com hospedagem, já que é possível ir pela manhã e retornar ao final da tarde.
Dona da primeira praia de Bandeira Azul Internacional, graças à sua balneabilidade e preservação ambiental, a Praia de Nossa Senhora de Guadalupe, essa ilha, em formato de estrela, está situada no coração da Baía de Todos os Santos e, possui todos os atributos capazes de deixar qualquer um com vontade de visitá-la mais de uma vez. Beleza natural, águas cristalinas, mornas e com uma limpidez que chega a doer as vistas em dias de sol brilhante, tem uma história fantástica e locais imperdíveis.
Essa ilha, de apenas oito quilômetros de extensão, forma o conjunto de 56 ilhas que compõem o acervo natural da Baía de Todos os Santos, e ao lado de Itaparica, e Maré, está entre as maiores da região. No local é perfeitamente possível combinar arquitetura histórica, do tempo ainda do Brasil Colônia, com o azul do mar e vegetação abundante, e como faz parte do Município de Salvador, permite o chamado turismo “bate e volta”, ideal para quem busca calmaria e sossego sem perder o contato com a capital.
Nesse período, em que a atividade turística requer medidas de controle e segurança sanitária, como locais sem aglomerações e em pleno contato com o meio ambiente, a Ilha dos Frades é o ideal para o chamado turismo de isolamento, sem se abrir mão da segurança. Nesse paraíso, que do alto tem um formato de uma estrela de cinco pontas, existem belas paisagens, onde estão praias, algumas isoladas e cujo acesso só de barco, lagos, cachoeiras, montanhas, coqueirais e Mata Atlântica bem preservada. Mas a ilha também tem pousadas para um pernoite, e restaurantes com direito às delícias típicas da região, à base de frutos do mar.
História
Os próprios historiadores não definem com exatidão o porquê do nome de Ilha dos Frades. Uma das versões é que a ilha, em meados do século XVI, recebeu a visita de um grupo de Frades que naufragou na Baía de Todos os Santos, e nadando, conseguiu alcançar a ilha, mas todos acabaram morrendo por invadir o território dos índios Tupinambás que habitavam na região. Posteriormente, a Ordem dos Jesuítas foi proprietária do lugar, até ser expulsa do Brasil pelo Marquês de Pombal.
E para corroborar essa versão da história, a ilha preserva alguns dos principais monumentos da época e posterior ao período de colonização do litoral brasileiro até o século XIX, quando a ilha teria servido de local de ancoragem dos navios tumbeiros (navios negreiros usados no tráfico de escravos), o que teria forçado a construção de um lazareto, que era uma espécie de armazém afastado, onde escravos ou “estranhos” com suspeita de portarem doenças contagiosas – eram mantidos em quarentena.
Numa das extremidades da ilha, outro monumento, as igrejas de Nossa Senhora de Loreto (de 1645), completamente restaurada, e a de Nossa Senhora de Guadalupe, também do século XVII, mostram os traços arquitetônicos do período colonial. A história revela ainda que um dos filhos ilustres da ilha dos Frades, foi o Barão de Loreto (1836-1906), personagem político da época do Império. Já a tradição nativa conta que a ilha dos Frades foi dominada por um fazendeiro denominado Gabriel Viana, que no estilo dos “coronéis” República Velha (1889-1930), que agia como um senhor feudal.
Atrações
Além da inigualável Praia de Nossa Senhora de Guadalupe (Selo Azul), a Ilha dos Frades possui outras atrações, como Loreto, onde a igreja de Nossa Senhora do mesmo nome parece flutuar sobre o espelho d´àgua, e a Praia de Paramana, a mais badalada, no lado oposto à Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe. O grande atrativo do point, entre restaurantes e barracas de praia, é o pequeno vilarejo de pescadores.
A Praia de Paramana é a principal povoação da Ilha de Maré, com cerca de 900 moradores. O local conta com um posto policial, um posto de saúde que atende semanalmente, além de barracas de praia, alguns restaurantes, um pequeno comércio e uma pousada. Próximo desta povoação fica a mais que centenária “Igreja de Nossa Senhora do Loreto” e um casarão centenário, ambos reformados.
A Praia de Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe” tem cerca de 50 moradores. Possui diversas barracas de praia e de artesanato, além de contar com ruínas de um antigo casarão e de uma igreja que remonta ao século XVII que está sendo restaurada.
A Costa de Fora, onde moram cento e cinquenta habitantes, conta com uma hospedaria e um único bar. Possui uma igreja antiga escondida na vegetação, algumas quedas d’água escondidas na Mata Atlântica e remanescente do que foi o único cemitério da ilha. Existem ainda a Praia da Viração, visitada pela ex-presidente Dilma Roussef, mas cujo acesso só é possível com um estudo prévio do movimento das marés. Com a maré alta, só é possível chegar ao local de barco. E por fim, meio escondidas pela vegetação densa e recifes de coral, estão as piscinas naturais na praia do Tobar, de onde partem trilhas em direção à praia de Tobazinho.
Como chegar
O ideal é contratar um passeio de escuna ao local, saindo de Salvador. O trajeto é feito por grande parte das agências de turismo, passando pela Ilha de Itaparica e de lá seguindo para a Ilha dos Frades. Para quem não quer fazer grandes planos, há ainda uma versão mais simples, saindo do Terminal Marítimo de Salvador – que fica atrás do Mercado Modelo, na Cidade Baixa. Todas as manhãs, sai um catamarã que faz o trajeto até a Ilha dos Frades. Com viagem que dura cerca de 1h30, e oferece vistas singulares do litoral.
Outra opção é por via terrestre e depois marítima. Para isso, deve-se ir de de carro ou de ônibus até o Terminal Marítimo de Madre de Deus, que fica a quase 70 quilômetros da capital, e de lá usar uma embarcação até o local de destino. O percurso de barco é bem rápido: em menos de 15 minutos você estará na Praia de Paramana.
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